NOTA: Oi, oi! Hoje gostaria de pedir mil desculpas pelo longo intervalo entre a postagem anterior e esta aqui, mas tenho motivos plausíveis: recentemente terminei um namoro, foi bem traumático, mas estou voltando à minha vida normal. Então, perdão a demora, mas estou de volta, espero que não tenham me abandonado! <3

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Na minha infância, a minha princesa da Disney favorita era a princesa Jasmine. Ao contrário do que pensavam, não por causa das roupas babadeiras dela ou porque ela tinha um tigre de estimação. Quando me perguntavam o porquê, eu simplesmente dizia: "ela tem a pele igual a minha". Eu, aos sete, oito anos de idade, nunca tinha ouvido falar e não sabia o que era representatividade. Para mim, uma princesa de pele mais escura, dentre as milhares de princesas de pele branca, era uma forma de eu me sentir bonita porque parecia com uma princesa (o que pode parecer fútil, mas é tudo o que a maioria das crianças dessa idade querem, certo?).

Fazendo um link com dos meus dez aos quatorze anos de idade, época em que comecei a ler "de verdade", me questionar e formar opiniões, eu ia percebendo algo: obviamente, havia uma infinidade de personagens em livros, personagens de mais diversas personalidades, dos mais diversos trejeitos, mas uma coisa eles tinham em comum, noventa por cento dos personagens eram brancos e héteros. Quando me dei conta disso, percebi: como eu poderia me identificar com protagonistas e personagens secundários brancos e héteros se eu mesma não era branca, nem hétero?

Hoje podemos ler comentários sobre a representatividade que dizem algo como: "não leva a lugar algum", "não tem necessidade", "não faz diferença". Faz toda a diferença do mundo, gente! A representatividade é, antes de tudo, de extrema NECESSIDADE. É importante para pessoas, crianças, adolescentes, até mesmo adultos que estejam passando pelo processo de aceitação de si mesmas que haja apoio de alguma forma, que haja algo ou alguém que diga "ei, você não está sozinho nessa", que haja personagens, situações, sentimentos, dúvidas, problemáticas, paixões nas quais eles podem se relacionar, se identificar e pensar "ora, afinal, não sou tão diferente assim, há outras pessoas iguais a mim".

Hoje já podemos ver algumas editoras se arriscando em publicar livros gays para jovens e adolescentes. É maravilhoso! Não são todas as editoras, nem tantos livros, mas ao menos a representatividade LGBT está (finalmente!) aos poucos ganhando espaço no mundo literário, algo que já deveria ter acontecido bem antes.

Se assumir, hoje em dia, além de um ato de amor próprio e liberdade, é um ato político, quebra de padrões antiquados e conservadores; é um ato de rebeldia. É a coragem de amar a si próprio tanto a ponto de orgulhosamente aceitar todos os seus lados, todos as suas características, você por completo, e não ter vergonha de dizer isso ao mundo. Ter coragem de se afirmar, de botar a cara à tapa, de dizer "este sou eu e eu sou tão normal quanto você". De poder se sentir, finalmente, uma pessoa normal. Representatividade, na literatura ou em qualquer outro meio de arte, tem esse efeito maravilhoso. A representatividade importa sim!

E, que fique claro, o texto não serve apenas para representatividade LGBT não, representatividade étnica, feminina e de qualquer outro grupo oprimido também importa demais. E que um dia sejamos todos representados.


12 Comentários

  1. Amei sei texto!! Concordo completamente com você! Acho que essa representatividade é extremamente importe, mas infelizmente ainda é um assunto complicado :/ Principalmente no grupo LGBT e em alguns religiosos. Eu, por exemplo, sou hétero. Mas sigo uma religião que está completamente fora do cristianismo. Sério, além do preconceito absurdo que nunca imaginei ter de enfrentar, além de ter que me "esconder", sem poder dizer quem sou, ainda tenho que lidar com a falta de representatividade. Espero que logo isso mude :)
    Beijos,
    cabanadosanjos.blogspot.com

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  2. Oi Flor
    Mesmo que as coisas não esteja acontecendo como deveria em sua Vida, confie em si mesma e seja forte que tudo ira mudar pra melhor, não digo apenas ferente ao seu namoro minha linda, mas existe tantas coisas na vida que precisamos superar não é mesmo?mas se confiarmos em nos mesmos e formos fortes, tudo vai mudar! como no caso LGBT aos poucos as pessoas estão ganhando seu próprio espaço seu próprio lugar, mas ainda sim essas pessoas sofrem preconceito e vivem diariamente fases ruins, mas isso tudo ainda vai mudar, pra melhor, como no caso da Carla que não vai precisar se esconder, enfim assim eu espero e apoio!
    Beijos
    http://resenhaatual.blogspot.com.br/

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  3. Olá ...
    Amei seu texto !!!
    Agora é vida que segue ... O melhor pra esquecer um antigo romance é simplesmente o tempo :)
    Quero te ver sempre por aqui ...
    Beijos

    http://coisasdediane.blogspot.com.br/

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  4. Nunca tinha parado pra pensar nisso, mas pensando aqui realmente nunca li um livro com negros ou homossexuais que eu me lembre.. Acho que apesar de ser um assunto atual não encontramos em todos os lugares! Estamos sempre lendo muito livros internacionais e lá não existe tanto negro como aqui ou variedade de cores, obviamente que isso não é uma desculpa, mas é uma realidade.
    http://corujasemasas.blogspot.com.br/
    Beijos! <3

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  5. Adorei seu texto, passei a repensar e olhar as coisas que passaram despercebidas de outra forma. "não leva a lugar algum", "não tem necessidade", "não faz diferença". FAZ DIFERENÇA SIMMM! As coisas ficaram tão absurdas que as pessoas passaram a se importar mais, ainda bem! Nada vai passar despercebido ou impune. Chega de absurdos nessa sociedade retrograda!

    Beijos!

    Cintia
    http://www.theniceage.blogspot.com.br/

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  6. Oi Gabbi, sua linda, tudo bem
    É verdade, você me fez pensar, só consigo lembrar de um livro que eu li em que os personagens não eram brancos.E o Brasil é um país da mistura, deveria ter mais livros que representassem essa mistura. É nessas horas que percebemos que crescemos de um lado, mas não em todos, acho que é uma disputa que está difícil de terminar, mas não podemos perder as esperanças. Seu texto ficou ótimo!!!!!
    beijinhos.
    cila.
    http://cantinhoparaleitura.blogspot.com.br/

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  7. Oi Gabbi,
    Que baita texto!! Concordo plenamente contigo.
    Fico feliz em ver hoje as editoras se arriscando e publicando livros com essa tematica.
    Abraço,
    Alê
    www.alemdacontracapa.blogspot.com

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  8. Eu nunca sei o que comentar quando o texto é tão bom que eu preciso muito comentar... :c
    Mas, basicamente, você pôs em palavras os meus pensamentos sobre o assunto. Representatividade é algo que precisa ser trabalhado para que, algum dia, possa existir sem precisar ter um nome, apenas existindo a igualdade em tela/livros de homo e heterossexuais, e/ou de negros e brancos, por exemplo.

    Grande abraço!
    http://eujovemdemais.blogspot.com.br/
    http://saletadeleitura.blogspot.com.br/

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  9. APOIADO COMPANHEIRA ULTRA JOVEM!
    Eu realmente não consigo entender preconceito com cor e com sexualidade. Não faz o mínimo de sentido! Lembro que quando eu tinhas uns 3 ou 4 anos minha professora tinha uma vez parado a aula pra dizer que a gente não deveria tratar diferente alguém só por causa da cor da pele e eu lembro que a única coisa que passou pela minha cabeça foi "Mas porque eu iria tratar diferente por causa DISSO?!". Simplesmente, NÃO FAZ SENTIDO. Mas INFELIZMENTE, isso ainda rola muito, mesmo que sempre tenha existido gente de cores de pele diferentes e sexualidade diferentes. Me diz uma época da História em que não tenha o registro ou a insinuação de alguém homossexual? Não tem, porque sempre existiu e torço muito que nossa sociedade continue andando pra frente e não dê passoas para trás neste sentido.

    (infelizmente o Brazil deu um passo pra trás nos últimos dias com o absurdo do conceito de família, quis cor os pulsos quando vi essa notícia).

    Beiijos e fiquem bem, Gabbi! Relacionamentos são complicados mesmo, mas eles ajudam muito a nos ensinar a entender o outro e nós mesmos. Tente guardar as memórias das coisas boas e avaliar as partes ruins ;)

    Um Metro e Meio de Livros

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  10. Oiii,
    Que texto lindo...\o/
    Vou te dizer que anos atrás, quando eu escrevia fanfic eu tinha um pensamento parecido com o seu.
    Na verdade, acho que eu tinha uns 16/17 anos quando comecei e inseria personagens gays [geralmente como melhor amigo] nas minhas histórias e me perguntava como eu escrevia, se eu nunca lia nada sobre...aos poucos percebi que os livros iam inserindo..mas tarde. Porque olha a data que foram lançados lá fora né.
    Tipo lá também tem literatura erótica LGBT - já li =x - e fico imaginando o quanto vão segurar aqui.

    Escrever é uma bela forma de olhar ao redor e alguns deveriam aproveitar isso, mesmo que seja para inserir nos coadjuvantes..afinal também somos coadjuvantes em boa parte da vida né \o

    tenha uma ótima quarta =D
    Nana - Obsession Valley

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  11. Adorei o texto, a representatividade é super importante. Espero que chegue logo o dia em que a sociedade vai enxergar todos independente de cor, orientação sexual e etc como seres humanos. Infelizmente a gente ainda vive num mundo aonde quem não sei encaixa no que é considerado normal é excluído e sofre por isso. Por isso é que a representatividade adianta e muito!
    Beijos
    Infinita Feminice

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